Um novo estudo relatado no Proceedings of National Academy of Sciences (PNAS) mostrou que uma única mutação numa proteína dos ratos tem grandes efeitos na forma como os ratos dormem e em seu estado de vigília. Esta pesquisa também poderia lançar luz sobre os mecanismos fisiológicos que regulam o sono em humanos.
Neste estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Tsukuba, a equipe se baseou em seus trabalhos anteriores nos quais submeteram camundongos a um mutagênico, examinando-os a respeito de distúrbios do sono e, em seguida, identificando a região mutante causadora. Aqui, a equipe produziu uma mutação numa posição específica de uma proteína chamada SIK3 e, em seguida, examinou os efeitos das mudanças dessa proteína no sono e na duração da vigília, bem como a atividade cerebral refletindo períodos de sono REM, não-REM e o estado de alerta quando acordado.
Os resultados mostraram que a mudança do 551º aminoácido da proteína SIK3 causou maior duração do sono não-REM, bem como um aumento da "necessidade de sono" refletido em padrões particulares de atividade das ondas cerebrais quando ambos os ratos dormiam e acordavam. Os ratos também permaneciam acordados por períodos mais curtos durante a noite, horário que normalmente ficam mais ativos.
"Os resultados foram particularmente interessantes, pois essa mutação afetou os períodos de ausência de movimento ocular rápido, a parte não-REM do sono, enquanto o sono de movimento rápido dos olhos, a parte REM, ficou praticamente inalterado", disse o co-autor Masashi Yanagisawa. "Isso mostrou que o SIK3 está envolvido em mecanismos regulatórios relacionados ao sono muito específicos".
"As características deste aminoácido nesta proteína são evolutivamente conservadas em todo o reino animal, por isso esses resultados são potencialmente relevantes para estudos sobre o sono em humanos", afirma o autor principal, Takato Honda. "Por exemplo, na condição hipersonia idiopática, os pacientes experimentam uma forte necessidade de dormir e estão com sono durante todo o dia, como os ratos de nossos estudos. Nosso trabalho poderia ajudar a explicar o porquê."
Artigo postado na categoria: Notícias & Estudos em 23/10/2018
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