A rede é a melhor companheira da preguiça. Suspensa por ganchos em suas extremidades, ela nos acolhe em qualquer momento, sendo ideal para o tradicional cochilo pós-almoço. Com ela, fins de tarde são poéticos, noites de verão suportáveis, leituras são mais prazerosas, horas passam despercebidas, enquanto ouvimos o ranger das cordas que, sem pressa, acompanham o doce vai-e-vem...
Tê-la na casa de praia é costume levado a sério. Nela, entre um espreguiçar e outro, o sono nos pega de surpresa, de modo que a gente enfim se pergunta: dormir na rede faz mal à saúde? Neste artigo, além de respondermos a esta pergunta, também falaremos sobre a história da rede e sua evolução, incluindo considerações interessantes acerca deste hábito. Boa leitura.
A rede é um produto artesanal inventado por mãos indígenas e o cipó era usado como matéria-prima. Devido à influência portuguesa, ela passou a ser feita com outros materiais. No período Brasil Colônia, a rede passou a oferecer certas funcionalidades. Ela servia de caixão em zonas rurais ou tal qual meio de transporte, onde colonos eram carregados por seus escravos e, assim, percorriam muitos cantos, incluindo a realização de longas viagens.
A rede tradicional é composta por estes três elementos: pano, punhos e cordas. Agora, analisemos cada um separadamente:
Os itens citados acima são confeccionáveis. Deste modo, a rede torna-se mais bonita com franjas ou varandas. Você pode embelezar sua rede de diversas maneiras, basta-lhe dar asas à imaginação!
A nossa resposta é curta e direta: não, dormir na rede não faz mal à saúde.
No que diz respeito a este hábito, uma pesquisa foi feita pelo Dr. Ricardo Ramos, da Universidade Estadual de Roraima (UERR), na qual um sensor térmico mediu a pressão e a temperatura do corpo do paciente. Esta pesquisa durou mais de dois anos e 100 testes foram realizados no laboratório de enfermagem da faculdade em questão. O resultado da pesquisa foi positivo: a rede oferece muitas vantagens.
Segundo o Dr. Ricardo Ramos: “Nós conseguimos constatar que a temperatura se mantém em 31.5 graus e ela não se eleva. Em comparação ao colchão, a temperatura chega até 35-36 graus. Quer dizer, o colchão tem menos poder de aeração que a rede. Mantendo este poder de aeração, a rede se mostrou mais ‘fresca’.” E conclui: “A pele consegue eliminar o calor que é produzido pelo corpo e isso é um dos elementos que evita a formação das lesões por pressão.”.
O usuário deve deitar-se mais ou menos de lado, em um ângulo de 30 graus. Assim, o corpo fica alinhado e não sofreria curvatura, o que certamente causaria dor.
Levando em consideração os pacientes que sofrem de dor na coluna, a rede deve ser armada de um jeito que fique bem estendida, para que o corpo não se dobre.
A relação entre dor na coluna e rede varia de caso para caso. Alguns pacientes relatam ter havido piora em seu quadro de saúde após dormir na rede. Diferentemente, há aqueles que apresentaram melhoras e isso fez com que a rede lhes servisse como uma aliada nas sessões de fisioterapia. Em resumo: cada paciente possui um tipo de doença na coluna, motivo pelo qual seu caso deve ser estudado antes e após a utilização da rede.
Em muitas situações a cama pode ser substituída pela própria rede. Por exemplo: no hospital infantil de Roraima, cerca de 20 leitos possuem redes, sendo a melhor opção para acolher crianças indígenas que estão longe de suas aldeias. Isso não atrapalha o tratamento. Entretanto, os pacientes graves, que necessitam ser tratados na UTI, ainda permanecem em repouso sobre o tradicional colchão e travesseiro.
Artigo postado na categoria: Curiosidades em 20/06/2018
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